Entre nomes e telefones um brinde a minha solidão!

Entre nomes e telefones

Um brinde a minha solidão!

Em noites, bares e botecos,

alamedas e risos desconhecidos

há sempre um estranho que quer ficar comigo

sempre um beijo no final da madrugada

como a comprovar uma amizade pra lá de fogosa selada

e outros lances que pra mim não dizem nada

copos e garrafas em busca de voce

como se fosse possível te encontrar ali

tão longe,

mas ao mesmo tempo,

tão dentro de mim.

Com seu gosto na boca,

mesmo que eu o disfarce, em outros lábios, em outros aromas

como naqueles olhos famintos que brilham por mim

do outro canto do bar, neste momento, agora.

.

.

.

E a noite continua então,

com voce dentro do coração, um copo cheio de gargalhada e ilusão e na minha cintura uma outra, que não é a tua mão,

.

.

.

chaves do carro jogadas em cima da mesa,

um convite para uma pequena indecência

mais um gole, sorrio balançando a cabeça:

"_Hoje não meu amor;"

Telefone trocado em folhas de um guardanapo, vejo no canto um lixo de lado,

enquanto lembro de uma frase que ouvi em uma peça de teatro,

"... sinto muito baby, eu lamento,

mas minhas próprias dores eu já não aguento..."

ele vai embora chateado, e eu chamo o garçon

Sorriso cúmplice,

agora sozinha,

_"Mais um drink,

por favor!"

Um brinde a minha solidão!

07/07/2006

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