LABIRINTOS

LABIRINTOS

Percorro um labirinto já extinto.

Repuxo as cordas atadas pelo vento.

Desço um penhasco imenso e íngreme.

Atualizo meus contatos reais.

Contrabalanço aos irreais.

São meus sonhos diversificados.

Inoportuno são meus sentimentos.

Um cotidiano etéreo, mas eventual.

Abordo-te com uma categoria barroca.

Estendo as mãos com sutileza.

Meu vocabulário é escasso e fraco.

Pressinto esse labirinto extenso.

Dou voltas sem chegar a algum lugar.

Meu lugar é invisível aos teus olhos.

Nado sem precisar da água fria.

Surrupio sorrisos de alguém.

Mas faço-te chorar compulsivamente.

Pressiono as minhas verdades.

Corrijo minhas palavras amargas.

Destilo meu veneno levemente doce.

Sofro por que sou banalmente vaga.

Soraia