SEM ALIANÇAS
Sem alianças
Depois que perdi aquela natureza
Não busco mais
Identifiquei a alma das coisas
Vivendo o passar das horas sem incomodo
Aguardo no silêncio profundo que me encontro
O explodir
Quando os alicerces cedem
O arroto instantâneo
Dizem que morta estou e não sei
Vivo assim como você que nada tem para falar mas fala
De repente a implosão
Tão tonta que mesmo não viu
O abicou pelo corpo o fósforo riscado e mascado
A mulher despida a fogueira acesa o corpo maculado
O mito rendido à ciência esculpida
A miséria tolerada
A arvore derrubada à casa construída
As formigas trabalhando
Você desafinando a irmandade dividida
Deixou de acender as velas no altar
Deixaram os santos ali como estátuas
Não mais tomou o banho de ervas
Não mais se pintou
Fechou-se embrenhou pela floresta
Ali os perigos eram tantos que não mais quis saber e se entregou
O desagrado era real talões atitudes
Estas tão velhas tão cantadas
A musica no barulho diário
Minha graça tirou o brilho
Abriu-me o estreito
Daquela pequenez soberba
Neuza Ladeira