Guardo Rebanhos, Todo Este Gado

Ó folhas caídas, inocentes:

Rolais por montes e vales;

Natureza de dores aparentes;

Ventos trazeis tantos males...

Sois morte;-Ó tempos constantes!

Comovei-vos terras selvagens

Desbravar cultura e trabalho;

Inocentes montes, vales, miragens;

Saúdo ao longe a manhã, o orvalho...

Doces ervas, animais e pastagens!

Este constrangimento austero

É relíquia natural deste fado;

Grito longo, quase efémero;

Guardo rebanhos, todo este gado...

Verdejantes planícies, que venero!

Ao longe o triste amanhecer

A bruma saúda a Natureza;

A vida selvagem ao envelhecer;

Traz de volta a pureza...

Planícies verdejantes a nascer!

Manhãs remotas, vencidas:

Fazei ecoar ao longe vosso grito;

Neste vale de terras adormecidas;

Sois como o vento aflito...

Traz as inicentes folhas caídas!

13/05/2010

José Duarte André

José Duarte André
Enviado por José Duarte André em 13/05/2010
Código do texto: T2255312
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