Guardo Rebanhos, Todo Este Gado
Ó folhas caídas, inocentes:
Rolais por montes e vales;
Natureza de dores aparentes;
Ventos trazeis tantos males...
Sois morte;-Ó tempos constantes!
Comovei-vos terras selvagens
Desbravar cultura e trabalho;
Inocentes montes, vales, miragens;
Saúdo ao longe a manhã, o orvalho...
Doces ervas, animais e pastagens!
Este constrangimento austero
É relíquia natural deste fado;
Grito longo, quase efémero;
Guardo rebanhos, todo este gado...
Verdejantes planícies, que venero!
Ao longe o triste amanhecer
A bruma saúda a Natureza;
A vida selvagem ao envelhecer;
Traz de volta a pureza...
Planícies verdejantes a nascer!
Manhãs remotas, vencidas:
Fazei ecoar ao longe vosso grito;
Neste vale de terras adormecidas;
Sois como o vento aflito...
Traz as inicentes folhas caídas!
13/05/2010
José Duarte André