O Quarto

O quarto era escuro, o dia era escuro, não tinha janela, não tinha porta, não tinha luz.

Tateava entre os restos de minha vida em busca de um canto seguro, tateava...

eu quisera saber de ti, eu quisera saber de nós, mas não tinha luz, não tinha saída.

O quarto era branco, o chão era batido, o teto era marrom...

O quarto não era grande, o chão não era plano, o teto não era alto...

O quarto não tinha vida, mas deixava uma esperança. O quarto era estreito, a angústia era estreita...

O quarto era o meu eu, o chão era o meu mundo, o teto era a minha busca.

O meu eu não tinha forças, o chão não tinha firmeza, o teto não me deixava ver.

Eu sei, eu sei. A culpa é um amontado de desculpas. Ora eu, ora você, ora nós...

Mas o quarto dava uma esperança, o quarto dava uma trégua...

Eu quis sair, eu quis fugir, eu quis recomeçar....

Mas o quarto não inspirava e a esperança respirava ofegante.

Caí, resolvi ficar.

O quarto ainda existe. Fechado, escuro, sem saída. A esperança ainda está lá.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 01/07/2010
Reeditado em 29/09/2011
Código do texto: T2351525
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