Como essa noite findará

Noite , ave sonora que atropela o nó

Que preso cala a voz do meu silêncio

Sossego de outras almas que enfim pó

Algoz das que navegam em mares de suplício

Do véu que descortina sem segredo

Momentos de ausência, de clausura

E quedo a fitar ao longe o medo

No leito que de espinho faz leitura

Assola, vasto tempo que se foi

Lembranças de criança e folguedo

E marcas que em mim se perpetua

Na Vila a rugir carro de boi

E sonhos que afloram, meu segredo

Desvenda quando adentra feito lua

Sandra Vilela (Eternellement)
Enviado por Sandra Vilela (Eternellement) em 07/07/2010
Reeditado em 05/09/2010
Código do texto: T2363084
Classificação de conteúdo: seguro