A CIGARRA NOTURNA SE AGARRA NA BARRA DO DIA

Fada brincando de ser criança

Vaga-luzes piscando no lume dos olhos meus

Eu prateio a vida

namorada nua

na morada Lua

Eu tonteio a briza

soprando em seu rosto

um beijo de água que sacia sede

um cheiro de mato no corpo da noite

Silfos, reis, duendes, magos e estrelas

vêm vigiar as batidas do meu coração

e não se acanham em contar-me esse meu ex-segredo

(o meu bem querer por ti)

Sorriem, zombando de mim

e depois fazem amor comigo

E eu, plena de encantamento,

me entrego inteira `a "Tao" momento

Suave e doce amigo,

ao amanhecer,

fui a cigarra que entoou gemidos

que embalou teu sono

e contou teus sonhos aos deuses do ar.

D.V.

07/02/91

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