Voltarei ao marasmo de pertencer ao Coronel aposentado

Estou partindo novamente,

e me foge da memórias quantas vezes.

Estou com as trouxas sobre os ombros cansados.

Sim, é tarde e não tenho para onde ir.

Mas já passou da hora,

e eu tenho pouco tempo.

Voltarei ao marasmo

de pertencer ao coronel aposentado.

Voltarei aquela terra caída,

onde o tempo quase consumiu as almas.

Onde permitiram

saquear a nobreza,

pois achavam graça em viver na pobreza.

Roubaram a princesa, a rainha, e as jóias,

derrubaram o trono de ouro,

pois achavam graça em viver na pobreza.

Vou me embora,

pois ser feliz me custou a ida.

Estou partindo pois estou sozinha,

e o rio já não derrama sobre o céu,

que são meus olhos em lágrimas,

estou desaparecendo.

Já não se pode ouvir meu grito.

Tudo isto por um amor perdido.

Neste momento ouço a voz

rouca, do moço com os olhos de gato,

mas o rio já não derrama.

Estou partindo com o coração partido,

e necessário foi a dor,

espero que ali na frente,

eu possa estar melhor.

E os senhores de engenho,

sorriem de minhas maluquices,

de minhas traquinagens.

Certamente eu perdi o juízo,

menti para mim mesma,

acreditei que mudaria,

que com o tempo,

o amor nasceria.

Mas ele não me amou nem no começo.

choro na alma,

pela minha estupidez,

por estar vulnerável agora,

por ter que pedir permissão,

para voltar a pertencer ao coronel.

Mas ele não entende a minha poesia,

ele não se importa,

pois seu mundo

está grudado rente ao seu nariz.

E o seu mundo é redondo,

e mede cinco centímetros,

em torno do seu umbigo.

Estou partindo por um bom tempo.

E depois da tempestade,

voltarei a sorrir eu prometo.

A dor latente me sufoca,

não posso mais esperar,

preciso ver a tal da aurora.

- Uma emenda do meu escrito: Uma carta ao coronel aposentado.

Nina Blessed be
Enviado por Nina Blessed be em 11/10/2010
Reeditado em 11/10/2010
Código do texto: T2550831
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