Voltarei ao marasmo de pertencer ao Coronel aposentado
Estou partindo novamente,
e me foge da memórias quantas vezes.
Estou com as trouxas sobre os ombros cansados.
Sim, é tarde e não tenho para onde ir.
Mas já passou da hora,
e eu tenho pouco tempo.
Voltarei ao marasmo
de pertencer ao coronel aposentado.
Voltarei aquela terra caída,
onde o tempo quase consumiu as almas.
Onde permitiram
saquear a nobreza,
pois achavam graça em viver na pobreza.
Roubaram a princesa, a rainha, e as jóias,
derrubaram o trono de ouro,
pois achavam graça em viver na pobreza.
Vou me embora,
pois ser feliz me custou a ida.
Estou partindo pois estou sozinha,
e o rio já não derrama sobre o céu,
que são meus olhos em lágrimas,
estou desaparecendo.
Já não se pode ouvir meu grito.
Tudo isto por um amor perdido.
Neste momento ouço a voz
rouca, do moço com os olhos de gato,
mas o rio já não derrama.
Estou partindo com o coração partido,
e necessário foi a dor,
espero que ali na frente,
eu possa estar melhor.
E os senhores de engenho,
sorriem de minhas maluquices,
de minhas traquinagens.
Certamente eu perdi o juízo,
menti para mim mesma,
acreditei que mudaria,
que com o tempo,
o amor nasceria.
Mas ele não me amou nem no começo.
choro na alma,
pela minha estupidez,
por estar vulnerável agora,
por ter que pedir permissão,
para voltar a pertencer ao coronel.
Mas ele não entende a minha poesia,
ele não se importa,
pois seu mundo
está grudado rente ao seu nariz.
E o seu mundo é redondo,
e mede cinco centímetros,
em torno do seu umbigo.
Estou partindo por um bom tempo.
E depois da tempestade,
voltarei a sorrir eu prometo.
A dor latente me sufoca,
não posso mais esperar,
preciso ver a tal da aurora.
- Uma emenda do meu escrito: Uma carta ao coronel aposentado.