Deixa eu me encontrar de novo,

teus olhos mansos me dando coragem...

passos lentos que vão ao longe.

Deixa eu contemplar teu riso, finjo não saber.

Deixa eu ouvir o canto que cantas,

na escala perfeita da sabiá.

Deixa eu te ver navegar em águas serenas, mares calmos, lagos planos.

Deixa, deixa que tua fortaleza simples me faça forte.

Eu necessito desse convívio. Das letras de tua palavra.

Deixa eu te perguntar da vida, enquanto a vida ainda me paira.

Deixa eu te encontrar de novo. Na velha casa de pedra.

Deixa que tua mão acolhedora me traga um sustentáculo preciso.

Deixa que eu te chame de pai, de irmão, de amigo, de íntimo.

Eu quero ser senhor de minhas vontades

quando estas se conclamam às tuas.

Eu quero a tua face perante a minha

como que a fitar minha aflição e

na serenidade de um olhar, permitir a invasão tácita

de quem me quer bem, incondicionalmente.

Eu quero um derradeiro perdão

para os tantos males pensados, agidos ou esquecidos.

Eu quero uma tábua de salvação,

para chamar de dignos os meus dias.

Juntar-me-ei aos meus reverenciando a tua promessa cumprida.

És o meu único e verdadeiro modelo de amor.

Sempre presente, ainda que mudo.

Um claro entendimento de coisas

Saldando a vida, dando vida, minha vida.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 08/12/2010
Reeditado em 12/05/2011
Código do texto: T2660749
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