MADRUGADA

Lêda Torre

Chove lá fora...e tudo fica a esmo...

tudo silêncio...tudo parado...

ouço apenas o ruído de alguns passos de ninguém...

que vagueia noite adentro...

um ventinho gostoso passa...

como se quisesse me desafiar...

E, ainda acordada...sem sono...

começo a pensar...apago a luz do

meu recinto...um quarto tão grande...

que testemunha meus momentos de

solidão e saudades...

Inquieta, torno a acender a lâmpada...

levantei-me como se não fosse dormir...

abro um pouco a janela, vejo a lua somente...

e na rua mais nada...vejo o vazio...

e de longe, um vulto frio...

Ali, apenas a madrugada como minha companheira,

a rua molhada pela chuva que passou...

ficou de repente um céu bonito...estrelado....

e num sorriso cativante da lua, foi o tempo que lougrou

num relance da brisa de novo, por mim olvidado.

Aquela madrugada, a lua parecia de prata...

e eu ainda insone, mergulhando sem destino

pela amiga madrugada...e de repente, mamãe acordada...

vem seguindo a réstia da luz, me ver, em desalinho...

e perguntou: o que há, filha? eu disse, é a madrugada

não se preocupe, estou apenas admirando...de fininho...

a obra das mãos de Deus, encantada!

Inebriada pela beleza, pela serenidade...

pela frescura gostosa...

pela vida tão complexa,

pelo dia, pela noite

pela sedução da madrugada!

_____São Luis, setembro de 2008_______

Lêda Torre
Enviado por Lêda Torre em 12/01/2011
Reeditado em 23/06/2021
Código do texto: T2725075
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