Eu sou!

Eu escrevia e, ao mesmo tempo, eu rabiscava meu caderno.
Ao mesmo, tempo eu rasgava meu caderno.
Estou transtornado.
Eu sou o que próprio se prejudica.
Eu sou o pretérito imperfeito.
Eu sou o quadro mal adaptado em uma parede.
Eu sou o quadro torto.
Eu sou o alicerce mal colocado em uma casa.
Eu sou a casa destruída.
Eu sou aquele que cobra muito de si. Não quero ser santo, muito menos anjo.
Apenas sou um pássaro que não sabe voar.
Por cobrar muito de mim, eu erro tanto. Eu mais erro do que acerto.
Mas é com os erros que aprendemos a não confiar.
Eu tenho direito de me cobrar. O único que tem direito de cobrar de mim, além de mim, é Deus.
Eu me cobro na terra e Deus me cobre no céu.
Eu sou um avião, mas sem piloto e co-piloto. Sou uma embarcação sem origem, sem destino.
Eu sou o que fala mesmo, eu sou feliz. Mas não sou como muitos que ficam se escondendo atrás de suas lajes. Eu sou o telhado, eu falo e trato o que sinto. Não me escondo atrás de drogas depressivas, apenas relato em forma de poesia.
Eu sou a própria poesia do hoje e do amanhã.
Eu sou aquele que fala sozinho. Aliás, falo com alguém: meu próprio eu.
Pelo menos ele me ouve as lamentações, os sonhos, as poesias.
Ele lê as minhas poesias. Ele gosta de minhas escrituras particulares.
Talvez ele seja um poeta também. Pois ele já me deu várias idéias de novas expressões.
Nós somos os sonhos do que o mundo gostaria de ser. Pelo menos relatamos a verdade de um ser.
Pelo menos vivemos sós e não queremos compartilhar nossas telhas com alguém. Temos medo de o vendaval levar o que é nosso: nossos sonhos
Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 12/03/2011
Código do texto: T2843242
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