As águas de março

São carros, são os prédios e os barquinhos

Rolando, rolando como uns brinquedinhos

São as águas levando o que esta no seu caminho

São prédios rasgando que nem papeizinhos

São paus, pedras, são as águas do mar

É lama, é lama, é lama...

São lágrimas que rolam...

Nos rostos o desgosto

É um ponto final um fim no caminho

São as ondas de março

É projeto, sonho, resto de vida

É o mundo desabando num desalinho

É a natureza gritando sem sintonia

Soprando, soprando a ventania

É a vida é a morte pelo caminho

O sentir-se perdido, sozinho

È agonia, agonia...

São as águas de março ruindo

Suas casas, seus sonhos estradas

É um espinho no peito uma dor no coração

É a sede, é a fome, é a falta do grão

É a falta do pão...

São as águas estrondando

Avançando sobre as cidades

Ceifando vidas sem ver a idade

São lágrimas que escorrem

São sonhos desfeitos.

Sim são as águas de março que fecham o verão

Deixando um rastro de destruição.

São ondas que nascem

Luzes em meio da escuridão

Pingos e gotas de esperança

É o arregaçar as mangas

É sinfonia em união

È a solidariedade

O garimpar de forças

È ajuda do céu pelas mãos de irmãos

É amanhecer é fé, confiança

É o querer viver...

É ver novos frutos nascer...

Foram as águas de março

Agora promessa de vida e restauração

Foram as águas de março

No sul, Paraná em São Paulo e no Japão

Marilda Corrêa
Enviado por Marilda Corrêa em 13/03/2011
Reeditado em 13/03/2011
Código do texto: T2844693
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