O caminho, a janela, a chuva e a minha morada.

Eu queria um sonho a mais para viver

E uma razão a menos para morrer

Eu queria um sonho de amor proibido

Igualmente, queria ter um coração mais atrevido

Uma dádiva é um caminho sem pesar

Um céu sem nuvens a chorar

Eu queria uma vida banhada pela calmaria

E, mormente pela alegria

Todavia, dentro de mim não havia resposta

Então peguei minhas perguntas e fiz uma aposta

Eu apostei comigo que um dia eu conheceria o amor

No fim não ganhei nada, nenhuma flor

Só tive da flor os seus espinhos

E do labirinto mil caminhos

Porém superei todas as tristezas

E minha procura encontrou algumas certezas

Eu chorei de barriga cheia

E descobri que os sonhos são como uma teia

As quimeras constroem-se aos poucos e são tão frágeis

Enquanto os empecilhos são tão ágeis

Eu caminho hoje com a certeza

Enxergando na vida a beleza

Da minha janela vejo a terra, observo a chuva e abraço o céu

Da minha sacada vejo o mar e todo humano escarcéu

Eu não preciso de mais nada

Tenho ar, tenho amor e tenho minha inabalável morada