QUANDO PARECIA QUE IA CHOVER…

Trovejava imenso quando vim para dentro,

e quando pensei que aí viesse a chuvinha,

o trovão desapareceu, pelas nuvens adentro,

e a chuva refreou, nem uma só gotinha.

O sol refinado reapareceu para nos saudar,

trazendo o canto dos pássaros e das águas,

que no seu breve discorrer vão desaguar,

na foz mais perto incluindo as suas mágoas.

As de não renovar seu líquido bem azuláceo,

e estender suas ondas para lá do imenso mar,

junto às fráguas agarram-se os crustáceos,

eles que só precisam de pedra para se colar.

A horizonte tudo se mostra limpo e desafogado,

as nuvens espargem um chuvisco que origina,

lá bem ao longe, do que pode ser aqui olhado,

um arco-íris de ouro, com a sua famosa mina.

E assim se passou mais um dia de ameaços,

em que a chuva não veio, só deu a cara feia,

e pra que aqui não houvesse mais embaraços,

a aranha teceu no ar a sua dúctil e tenaz teia.

Jorge Humberto

02/05/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 02/05/2011
Código do texto: T2944483
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