ANTES DA CALMARIA

Nas falésias de mármore branco,

urzes prendem-se como

gavinhas,

junto ao precipício sem fim.

O mar é revolto e estridente,

de encontro às pedras

luzidias…

rebentam ondas uma após outra.

No cimo planícies a perder de vista,

com animais a correr livremente,

no verdejante

prado, de frutos silvestres.

As flores abrem-se ao sol ternamente

e os insectos e pássaros,

bebem do néctar

da vida, saciando a sua sede.

Altas árvores bêbadas de céu,

no calor se eriçam,

e a sombra,

que delas emana, traz a brisa da tarde.

Jardins suspensos nas falésias,

firmam as suas raízes na pedra,

e crescem,

imunes ao tumultuoso mar.

Cavalos de espuma esbranquiçada,

desaguam na praia,

e o mar enrola

na areia, trazendo verdes algas.

E a praia se acalma com a vazante,

como asas de gaivotas esmorecendo

nas águas,

de um cristalino azul celeste.

Jorge Humberto

05/06/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/06/2011
Código do texto: T3015676
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