MANHÃ DISSOLVENTE

Nesta manhã dissolvente,

o sol brilha alto no céu,

e eu fico todo contente,

com tudo o que é de meu.

Nuvens no todo dispersas,

formam figuras decorativas,

e as folhas das árvores inversas,

são ao nosso olhar apelativas.

Cantam as aves a bom cantar,

músicas que são só minhas,

e eu fico-me a enamorar,

as flores garridas das vinhas.

O rio corre tão suavemente,

que dá a ideia de estar parado,

e o barco na parca corrente,

parece que é doutrinado.

Pelas sábias mãos do pescador,

lá vai ele até à sua douta foz,

não mostra cansaço nem dor,

é de todos e é também de nós.

E eu limito-me a absorver tudo,

os jardins, as aves e o rio,

e aqui me encontro mudo,

como se preso por um fio.

Da minha janela para o fora,

há todo um mundo de belezas,

quem dera fosse aqui e agora,

todas as minhas certezas.

Jorge Humberto

28/06/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 28/06/2011
Código do texto: T3062251
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