A pracinha.

Tempos eram aqueles que crianças brincavam pela praça.

Meninos sem camisa jogando futebol: a cara suja escondia um mundo de sonhos limpos.

Idosos conversavam sentados num banco escondido do sol.

E debaixo de uma árvore meninas brincavam de boneca, sonhando com um mundo em que pudessem ser princesas.

Correria, risos, brincadeiras.

Via-se pipoqueiros.

Via-se algodão doce.

Pai, mãe e meninos com a boca suja de doce.

Carinhos ao sol.

Risos ao sol.

Tudo isso guardava algo de mágico: a confiança na segurança e na alegria de estar junto.

E hoje raramente se pode ver toda essa gente na praça.

Crianças passam horas viajando pelo videogame e internet.

Idosos preferem a tele-visão.

Pais e mães estão preocupados demais em ganhar a vida para poder curtir a vida numa pracinha.

E a pracinha?

Bem, a pracinha ficou vazia.

Vazia de risos, sonhos, doces e ilusões.

E a vida?

Ah, a vida com certeza ficou mais triste.

Sim, a vida ficou bem mais triste.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 18/07/2011
Código do texto: T3102673
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