A pracinha.
Tempos eram aqueles que crianças brincavam pela praça.
Meninos sem camisa jogando futebol: a cara suja escondia um mundo de sonhos limpos.
Idosos conversavam sentados num banco escondido do sol.
E debaixo de uma árvore meninas brincavam de boneca, sonhando com um mundo em que pudessem ser princesas.
Correria, risos, brincadeiras.
Via-se pipoqueiros.
Via-se algodão doce.
Pai, mãe e meninos com a boca suja de doce.
Carinhos ao sol.
Risos ao sol.
Tudo isso guardava algo de mágico: a confiança na segurança e na alegria de estar junto.
E hoje raramente se pode ver toda essa gente na praça.
Crianças passam horas viajando pelo videogame e internet.
Idosos preferem a tele-visão.
Pais e mães estão preocupados demais em ganhar a vida para poder curtir a vida numa pracinha.
E a pracinha?
Bem, a pracinha ficou vazia.
Vazia de risos, sonhos, doces e ilusões.
E a vida?
Ah, a vida com certeza ficou mais triste.
Sim, a vida ficou bem mais triste.