paralelas

e as palavras não ditas se escondem nas cores do inverno

tudo em silencio caminha para a escuridão oculta

nada do que fiz me condena.

mesmo que seja absurdo e egoísmo plantado pela dor

não quero mais lembrar do frio em que caiu meu silencio.

paralelas certas, a frente o caminho

e curvas sangrentas traduzem o vermelho róseo sonhado

mas tudo é falso.

o amor, a alegria, o sorriso e até o adeus

com lembranças marcadas de constantes fadigas

ainda estamos aqui

a espera não sei bem de quê.

talvez de um verão, de uma sintonia, da musica perfeita que nos faça chorar,mas intrépida lucidez

que surgida com sol incessante fará ver o brilho inconstante

da leveza inesperada, do soluço e saudade.

da vida bucólica que antes vivêramos

em tempestades de inverno que se tornavam verão.

Lili Ribeiro Leão