Como uma prisão

Onde foi parar

O raio que disparou o meu peito

E meu mudou de um jeito, arrebatador?

Onde está o teu amor?

Distante do meu olhar,

Ansioso por negar a mim o teu calor.

Onde foi morar

O desejo que acendeu nossa chama?

E agora inerte sobre nossa cama

Nossos corpos dormem e se desatam.

E os problemas que não nos matam

Amortecem os nossos lábios

Insensíveis e solitários, inutilmente calados.

Numa rotina hábil à nossa dissolução.

Estes são os artifícios, cada um com seus vícios,

Isolados e unidos num mesmo colchão.

Redigindo nosso roteiro, um drama vazio e diário,

Que dizer do cenário, então?

Concreto, cotidiano e frio, estável e intransponível,

Como uma prisão!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 08/05/2012
Reeditado em 31/08/2017
Código do texto: T3656381
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