Para você

Eu hoje levantei mais cedo,

fiz a homilia do meu Deus e fui te ver.

Dormias,

O café cheirava na cozinha,

Era o sinal para o dia longo.

Teimavas em não deixar Morfeu,

moleca, com roupa de dormir,

meu eu despedaçou-se em ternura.

Sorri de tanto amor...

Não te chamei, as curvas estendidas no leito puro

eram o melhor dos sonhos. Não quis te acordar.

Deixei tua silhueta mórbida entre os panos quentes e

fui te trair na relva com a natureza virgem.

Te colhi flores,

Amei cada pétala de nosso jardim,

cada semente que tuas mãos ali colocou.

Vejo teu rosto em cada planta.

É como se o nosso canteiro fosse o universo

por nós erguido ao longo de dias de afetos mútuos.

Dormias, ainda.

Tolo eu não vislumbrei teu sorriso,

apenas sorri de tamanha beleza.

Insensato por amar demais,

rude, por não compreender teus medos.

A cada despertar de um sonho teu

minha real e triste sina se confunde.

Tens a beleza que preciso,

mas não tenho as palavras que te atraem ao meu mundo.

Vago só no caminho que não divido contigo.

E tu, tu dormes, apenas.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 05/06/2012
Reeditado em 22/06/2012
Código do texto: T3707387
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