Na estrada

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Não foi por acaso que peguei esta estrada,

ela está me levando para um lugar comum,

há muitas paradas, o ar leve que assola minha caminhada

justifica o frio, que posso encontrar pela frente;

nada de cortar caminho, devo sempre seguir em frente.

O que posso descobrir, ainda não sei

existe leveza e contradições

há aromas de flores que perfumam o meu destino,

como haverão abutres sobrevoando o etéreo,

nada sei e nem sei para onde vou.

Importa-me apenas, descobrir o desconhecido

observar as veredas, os riachos, as montanhas,

escorregar nas pedras do caminho,

e não deixar que nenhuma delas me segurem,

não posso criar limo, sigo atrás dos meus objetivos.

Se vou ganhar ou perder não importa,

a idade e a sabedoria estão comigo,

já senti espinhos e me enveredei nas nuvens,

amei tanto quanto odiei,

sou querida tanto quanto detestada.

Não sou perfeita e jamais serei,

a busca é uma satisfação que devo apenas à mim,

o contrário e o não sempre estarão disponíveis,

já estive à deriva e sobrevivi,

ganhei e perdi algumas lutas, não vivo de glórias.

O rumo é incerto, mas os pensamentos não,

o que está longe... é um lugar que existe,

algo amigo ou terrivelmente traiçoeiro,

não posso desistir... o ocaso está ali

e eu preciso descobrir o que fica além.

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 16/07/2012
Código do texto: T3781513
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