Na estrada
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Não foi por acaso que peguei esta estrada,
ela está me levando para um lugar comum,
há muitas paradas, o ar leve que assola minha caminhada
justifica o frio, que posso encontrar pela frente;
nada de cortar caminho, devo sempre seguir em frente.
O que posso descobrir, ainda não sei
existe leveza e contradições
há aromas de flores que perfumam o meu destino,
como haverão abutres sobrevoando o etéreo,
nada sei e nem sei para onde vou.
Importa-me apenas, descobrir o desconhecido
observar as veredas, os riachos, as montanhas,
escorregar nas pedras do caminho,
e não deixar que nenhuma delas me segurem,
não posso criar limo, sigo atrás dos meus objetivos.
Se vou ganhar ou perder não importa,
a idade e a sabedoria estão comigo,
já senti espinhos e me enveredei nas nuvens,
amei tanto quanto odiei,
sou querida tanto quanto detestada.
Não sou perfeita e jamais serei,
a busca é uma satisfação que devo apenas à mim,
o contrário e o não sempre estarão disponíveis,
já estive à deriva e sobrevivi,
ganhei e perdi algumas lutas, não vivo de glórias.
O rumo é incerto, mas os pensamentos não,
o que está longe... é um lugar que existe,
algo amigo ou terrivelmente traiçoeiro,
não posso desistir... o ocaso está ali
e eu preciso descobrir o que fica além.