Convalescência
Quando a doença a porta bate
Nossa inumanidade rebate
Expulsando racionalmente
Toda subjetividade presente.
Natureza que quer e se realiza
Apresenta-nos ao novo
Novo que queremos, que não queremos de novo
Mas que de nós pouco depende
De enfermo ficar.
Seremos sorteados ou predestinados
Só a natureza seguindo seu curso
Repassando por hereditariedade
Ou molestado pela escolha de estar
Contato esporádico e curioso.
Enfermidade que não é pretensiosa
Não é preconceituosa
Não faz distinção racial e classe social
Não é medrosa
Não faz favor.
Simplesmente é
Sendo
Ensina-nos a ser.
Ser gente
Frágil e limitado
Forte e inconformado
Com desejo urgente
De a enfermidade eliminar
E a saúde restaurar.