Convalescência

Quando a doença a porta bate

Nossa inumanidade rebate

Expulsando racionalmente

Toda subjetividade presente.

Natureza que quer e se realiza

Apresenta-nos ao novo

Novo que queremos, que não queremos de novo

Mas que de nós pouco depende

De enfermo ficar.

Seremos sorteados ou predestinados

Só a natureza seguindo seu curso

Repassando por hereditariedade

Ou molestado pela escolha de estar

Contato esporádico e curioso.

Enfermidade que não é pretensiosa

Não é preconceituosa

Não faz distinção racial e classe social

Não é medrosa

Não faz favor.

Simplesmente é

Sendo

Ensina-nos a ser.

Ser gente

Frágil e limitado

Forte e inconformado

Com desejo urgente

De a enfermidade eliminar

E a saúde restaurar.

Edvaldo Lourenço
Enviado por Edvaldo Lourenço em 05/09/2012
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