Amor vulcânico

Alguém capaz de explicar o amor?

Esse vulcão em erupção após há tanto adormecido!

Que por razões inexplicáveis explode em rios de calor

Impõe-se às rochas inexpugnáveis às demais tormentas

Derrotas impensáveis de alegria e dor

Esse rio raivoso e belo deságua sua fúria nas barbas de Netuno

Que com seu tridente devolve-lhe sua fria e inanimada solidez

Obrigando as entranhas da Terra, aplacadas pela lição de humildade,

A expelir, uma vez mais, sua força devastadora

A seguir o mesmo insólito roteiro

Quantas erupções ainda serão possíveis?

Quanta fúria ainda cabe no vulcão antes de seu eterno adormecer?

Após inúmeras reprises, quem diria ser possível erupções gêmeas?

A seguir rumos tão opostos!

Resta-me observar qual sucumbirá ao mar

Qual arderá infinitamente!