Diálogo...

Confesso a Brisa,
O Amor que tanto amei, e como amei!
Como o mar que a areia ora cristaliza
O protegido grão, assim te amei...
Perolando a aragem na onda erija
Como mastro a vela, assim eu te amei.

Escute...

É a Brisa quem diz, 
ás estrelas que vejo que assim te amei!
Lendo nos astros os versos que fiz,
Amando-te em cada lua que as íris cravei
noites a fio,  ansiando o que não quis;
mendigar amor foi o que procurei...

Escute...

É a Brisa que sente
O tanto que te amei mensurando a paixão
Percorrendo caminhos podados de emoções
Deixadas nas encruzilhadas do tolo coração.
Amei-te assim, acalentando as ilusões
de florir gravetos secos deixados no chão.

Escute...

É a Brisa que chora,
No limo da rocha escorregadia
Refletindo aflições na fria aurora
dançada pela chuva nas calhas do dia;
entre nuvens que especavam em amor
A cor o perfume, a coragem que fugidia
Esperava da noite o orvalho e a flora.


Escute...

É a Brisa que vai a deriva,
Acenando ao que do amor não divide
O que ouve e vê, do que sente na lida, 
A ampulheta do tempo  que  grifa e ilude
Marcando Ter sem Ser o relógio da vida
no tormento do Lógus a segredar a  miude...

Escute...

O sonho da Brisa,
é apagar da mente o letargo que fora infiel
Enclausurado na memória degustativa
sabores dos sonhos que espreitam o labéu 
No êxtase que amarga dos beijos a saliva;
Na alquimia de seus lábios a depurar o fel
Pois só eu te amei nesta quimera convulsiva!

“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
26/02/2007

SPVA-RN: Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN

Cônsul Poeta Del Mundo - RN


Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 05/03/2007
Reeditado em 29/08/2008
Código do texto: T401736