Alcunha de Poeta Sofredor

Sob a luz trêmula caminha triste

Um solitário homem cheio de vazio

Um peito machucado, um coração vadio

Que agora teima em não amar

Na ladeira desce com sofreguidão

No rosto escorre lágrimas de solidão

E na alma um pouco de amargura

Que de tanto amar com ternura endureceu o coração

Na curva de uma estrada assenta-se uma tal morte

Espreita a ver se há alguém no caminho

Eis que surge o homem sozinho

Este homem agora lutará pela vida

Não o leve, oh! morte bandida

Deixe-o seguir em paz sua jornada

Morrer é sacrifício que nada acrescenta

Viver é mais que tormenta para que sejas purificado

Deixo-o passar debalde e tristonho

Que sigas em seu silêncio tumular

Eis que passa o homem solitário

Pesado lhe é este fadário, vejo que estás a chorar

Peregrino de uma saudade medonha

Parece-me ter a alcunha de Poeta Sofredor

Escreve versos em tristes trovas, é como se fizesse prova

De sua capacidade de ser lúdico e contador

Conto-lhe a história desse trovador

Conto para quem já é entendido

Qualquer semelhança não é mera coincidência

Que esse tal Poeta Sofredor se pareça tanto comigo

FidelisF
Enviado por FidelisF em 10/01/2013
Código do texto: T4077851
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