Paisagem nordestina

Terra seca.

De barro vermelho e poeirento.

Quando branqueia é areia,

Doce esperança úmida,

Que ameniza a secura da paisagem.

Terra seca.

De paisagem desenhada,

Por garranchos finos quebradiços,

De suas plantas secas e ressequidas.

Terra seca.

Paisagem catingueira tão bela.

Que de tão bela,

Não sei ao que comparar.

Arabescos?

Delicadas rendas portuguesas?

Não sei.

Só sei que sua beleza,

Rouba meu coração nordestino.

Terra seca.

Animada paisagem,

Por bichos miúdos, ressequidos e ligeiros,

Vivificada.

Terra seca.

Gente queimada de sol.

Vermelha com o barro do chão que pisa.

Ressequida como as suas plantas.

Miúda e magricela como os animais que a habitam.

Porém, de corpos e pés ligeiros r,

Inteligência vivaz.

Gente astuciosa, de um gracioso andar,

Para a alma ensinar,

A paisagem catingueira povoar.

Memórias de uma paisagem.

Pensamentos por imagens.

Linguagem figurativa,

Densa e perturbadora.

De uma beleza tão grande,

Que ensinando minh’alma,

Outra beleza apreciar,

Captura meu coração,

Para cada vez mais lhe amar.

(de Assis Furtado – 17/01/13)

Francisca de Assis Rocha Alves
Enviado por Francisca de Assis Rocha Alves em 24/01/2013
Código do texto: T4101536
Classificação de conteúdo: seguro