Poeta em Evidência

Dentro de minha casa viajei com as asas e os universos de vários escritores. Já com os pés na tumba nunca furei a zabumba e nem pisei nas flores. Percebi que nenhum deles teve grandes amores a não ser suas canetas e sua páginas em branco. Embora sempre atingissem os grandes amores das multidões não dirigem o vento, mas provocam suspiros ou reprovações e carregam consigo o peso das transformações. Também viajam com os cegos e os sábios em todas as direções. Não, nunca fogem da raia, pois suas prais são as páginas em branco. E financista de ordem qualquer nunca pisaram em seus rincões.

Desafiei o destino, naveguei pelos sete mares, participei de grandes manjares, mas um pesadelo safado veio meu sono roubar. Não consigo me expressar com palavras da cultura e não alcanço seus significados. Não alcançei o pódio lá do prédio nobre e viajo no embalo do populacho das palavras simples adquiridas nos pequenos livros lá do prédio pobre. O mato cortado e os ramos ceifados exalam perfumes que provocam êxtase nos trabalhadores que chegam à tarde em busca das flores. Os cheiros do milho carpido, da palha do feijão batido e do arroz cortado jamais serão esquecidos mesmo depois de muitos anos de cidade.

Esses animais, cabeças contadas jamais serão esquecidos. Eles conquistam os coraçoes e fazem parte da família.

moraesvirada
Enviado por moraesvirada em 19/03/2007
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