O homem e o espelho

Você não tem explicações lógicas sobre sua chegada no Planeta Terra e não terá aviso sobre o dia de sua partida. Se você foi abençoado com a velhice, agora queira ou não queira, terá que olhar para o grande espelho a sua frente.

Se você viveu como um santo, parabéns, mas mesmo assim terá algumas incertezas. Se você viveu atrelado somente a essa vida, sua partida não será das melhores. Não saberá que destino terá seu dinheiro, pois os seus herdeiros não têm religião.

Se sua vida foi um céu, terá medo do inferno. Se sua vida foi um inferno, não acreditará que existe céu. Você chegou à reta final, e a velha árvore será cortada. Muitos não tiveram sua sorte, pois foram chamados mais cedo. Sua velhice pôs fim a toda sua vitalidade, ninguém consegue voltar sua mocidade.

Não faz diferença se você irá viver mais dez minutos ou mais dez anos, se você não tem mais energia para brincar com seus netos e bisnetos. Agora você está frente a frente com uma pergunta: “Como será minha vida do outro lado?” E ninguém pode fazer mais nada por você.

Se você viveu mal, pretendia viver mais para se recuperar; se viveu bem, queria viver mais para aproveitar. Aí você exclama tão honestamente: “Ah! Meu Deus, quanta revolta com estes seres humanos que estão ao meu lado tentando inutilmente, querendo me dar uma vida longa”. A vida é um mistério, é uma grande mesa de operações e só quando está deitado ali você é obrigado a olhar para o grande espelho e com os seus próprios olhos ver suas limitações. A não ser que você tenha passado a vida inteira procurando coágulo em cabeça de alfinete!