Uma voz 



Em silencio, uma voz entrou calmamente
Trouxe consigo uma letra de musica antiga
Suave e lenta começou a roçar os meus ouvidos
E sussurrar renuncia
E redesenhar um céu de rosas vermelhas
De um tempo em que eu era esperança
E a vida ainda não havia me corrompido

Em silencio, uma manta cobriu minhas vísceras
Todas as lembranças ruins foram entrando
Senti o passado agonizar à minha porta
E uma lanterna extinta iluminar a sua volta
Não pude deixar de notar o muro espinhoso e alto
No qual se fuzilam a infância.

Em silencio, uma voz entrou calmamente
Trouxe consigo um jardim de flores perfumadas
Pensei, hoje não sou mais um único retrato
Meu horizonte é um mar de paixões
Sou inquilino da vida
Amigo da morte e amante da poesia.