Tempos de criança.
I
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Que saudade dos tempos de criança,
Tudo era simples e tinha seus encantos,
Nossa casa era pobre, mas não existia,
Outra morada que eu amasse tanto!
Era madrugada e meu pai já levantava,
Ia trabalhar pra granjear o nosso pão,
Uma marmita embrulhada ele levava,
Seu Ofício? Meu pai era tecelão!
O sol entrava pela fresta da janela,
O alvorecer de novo dia anunciando,
Na cozinha minha mãe cantarolava,
Volta e meia escutava ela chamando!
Levanta, tá na hora da escola,
O sol vai alto lá no meio do Céu,
Pássaros, não devem nada a essa hora
estão cantando fazendo escarcéu!
Lá no terreiro o galo já cantava
No vizinho outro galo respondia,
Um cachorro ouvia e ladrava
galinhas bicavam a porta da cozinha!
Um cheiro bom exalava da cozinha
Mamãe fazendo um café bem gostoso,
Pão com manteiga e leite bem quentinhos,
Era um perfume por demais delicioso!
Minha vozinha a muito se levantara,
Envolta no chalé, porque fazia muito frio,
Sentada na cama, ela só balbuciava,
Suas orações, fazia bem baixinho!
Mas de manhã sempre bate a preguiça,
De levantar da cama bem quentinha,
Quanto mais ela chamava eu me encolhia,
Cobria a cabeça e ficava bem quietinha!
Porém, eu acabava me levantando
Fazer o quê? Tinha que ir para a escola,
Aprender, ler, contar e escrever,
Por isso estou a te narrar essa historia!
Eu era uma menina bem travessa,
Pulava corda e também amarelinha,
Escondida ia andar de bicicleta,
Porque meu pai não gostava e proibia!
Meu pai tinha comprado um cavalo,
E meu irmão ia montado pra escola,
Eu gostava quando o cavalo bebia água,
Depois eu ia imita-lo sem demora!
Meu cabelo era comprido e pesado
Só mamãe conseguia pentear
E também era muito cacheado
Modéstia a parte era bonito pra danar!
Mamãe era costureira e caprichosa
E me fazia uns vestidos bem rodados,
Enfeitava-os com fitas e com rendas
Com sianinhas, com pregas e babados!
Eu gosto de lembrar da minha infância,
Dos tempos que não voltam nunca mais,
Se eu pudesse retornava ao passado,
E voltava a ser criança outra vez!
(OBS: Eu imitava o cavalo bebendo água com o rosto dentro do balde, rsrsrsrs)