A ver navios

Já não faço dos meus dias

O que fazia antigamente.

Tornei longa as noites frias

E a madrugada deprimente.

Com o tempo de sobra

Não tenho o que fazer.

Num ninho de cobra,

Tento me alojar e sobreviver.

Me ajeito num canto imundo

E deito encolhido com medo

Uma hora leva cada segundo,

Esperança se foi tão cedo.

O amor foi só fantasia

Por ironia eu nunca o tive,

Mas amei e você não via,

Sem amor só se sobrevive.

Nada vai ocupar esse vazio

Devastado peito rasgado

Coração tomado por algo sombrio,

Eu nunca soube o que é ser amado...

Naufrago ilhado que morrerá a ver navio.

Maicon Heric
Enviado por Maicon Heric em 30/04/2013
Código do texto: T4266403
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