ANTES

Antes

Era o tempo sem tempos

Eram dias sem extensões

Era o céu sem estrelas

O mundo sem vida

O não-mundo

Era antes

Antes de antes

Não havia lua nem sol

Não havia perda de tempo

Era o nada contemplando o nada

E o vazio era desconhecido

Para que se sentisse falta

Pois não existia o que se pudesse tocar

O limite do antes

Seria um instante sem passado

Sem antes, sem prefácio

Mas tudo se aproximava universalmente

E o inicio era apenas um zero

A derivada das planícies desertas

O nada a se professar

Vem! Sigamos o nada absoluto!

Pois não há o depois infinito

Para os vivos ou para os mais românticos

Nem para os ligeiros, parvos ou tansos

Viva o antes, pois o passado nos pertence

Mas a eternidade, à semente geniosa

Ou ao nada, à morte, ao vazio

Não há vazio para os que não possuíram

Nem morte para os que já morreram

Não há tristeza para os que não se alegraram

Nem declaração tácita póstuma

Por isso caminho rumo ao que se foi

Enfim, depois do depois...

À morte!!!

jairomellis
Enviado por jairomellis em 28/03/2007
Código do texto: T428642
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