A acolhida da amiga Morte

É triste sentir a sombra da morte pairando por perto,

Incompreensível o sentimento de dor,

Daquele que deixa o portão entreaberto,

Sem saber se verá novamente seu grande amor,

Cada segundo que vivo, é na verdade enlouquecedor,

É um segundo de vida, a caminho da morte,

É a chama a se apagar, e perder o ardor,

É esquecer-se da vitalidade que outrora era forte,

A morte que por anos foi uma peste temida,

Não mais mostra ter essa face,

E estende-me as mãos como amiga a ser acolhida,

Por quem das cinzas não mais renasce,

É insensata a morbidez que assola a alma,

Que meu pranto deflagra ao passar de um belo dia,

Que passa destruir a alegria que me acalma,

E me lança ao escuro vale da agonia,

Finito agora o meu universo,

E dele não mais sei o que posso esperar,

Me tira alegria da prosa e verso,

Deixando-me o desespero abraçar,

E só então percebo tão velha amiga, a me receber,

E sem mais lamurias de bom grado me entrego,

A aquela que na velhice, foi a única a me entender ...

thiago tadeu
Enviado por thiago tadeu em 31/05/2013
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