ABANDONO

Seguindo, por essa estrada tortuosa

cheia de curvas, estrada impeduosa,

sigo, pelos ermos e desertos da vida.

Esses incertos caminhos, e destino meu,

destino, que muito me surpreendeu,

deixou minha alma morta, entristecida.

Olhos tristes, sem ter para onde olhar,

na escuridão, dessa estrada sem luar,

encobrindo esse meu sembrante de dor.

Retas e curvas, onde a luz não existe,

em passos lentos, mas em andar insiste,

pela estrada, onde não á mais o amor.

Sou o rei dessa estrada, um rei sem trono,

sigo sosinho, pelos caminhos do abandono,

levando comigo, o cetro da solidão.

Vou seguindo, por essa estrada sem fim,

nem o sol, nem a lua, clareiam pra mim,

os ermos tão escuros, do meu coração.

Sem eu querer, fui atirado na estrada,

andando pela vida, nos caminhos da madrugada,

nesse mundo, de trevas e de espinhos.

Um dia, por um mais novo me trocou,

sem piedade, de sua vida me expulsou,

não tive forças, para deixar esses caminhos.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/04/2007
Reeditado em 07/10/2008
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