Bela raça Brasil

Viajei nas curvas do seu sorriso,

Seu corpo era do mesmo tamanho.

Canela, jambo, cachaça, raça;

Matas, florestas e mistérios.

Carranca dourada de Yorubá.

Colar de conchas e missangas. Tranças.

Cambráia raia na saia que saía de lá

Onde a nudez era divina e permanente.

Cabelos não tão pretos graúna.

Mas não é só o que tinha na cabeça sua

Chamã, Caopiá, Tapuia ou Caiowá.

Podia se ver também muita

Guarânia, guarani, guaraná e jatobá.

Seus olhos brilhando a tez de Guaraci,

Não iracemava nada de Ceci.

Peraí: Peri. Piripiri, Paranavaí...

Bem no canto que saia da boca. Eu vi.

Mas o encanto maior é o que sorria;

Era o que mais valia, não trairia.

Nunca se contrariaria em ira. Ironia.

O que eu mais queria seria

Caçar caguipe sem tanga;

Na monga tonga, songa da sanga.

Porém, você contava era com as contas

Rosadas do rosário que eu não rezava,

Apenas levava como amuleto.

Trocamos presentes como beijos ardentes.

Você sumiu na mata,

Virgem e brasileira, como sempre.

E muito, muito mais que de repente.

E eu? Eu fiquei aqui... Pra semente.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 26/08/2013
Reeditado em 26/08/2013
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