Em dívida

Me dá o troco, e não recebe o pagamento.

Me cobra, mas não sabe quanto é.

Sinto o cheiro do dinheiro molhado, foi o momento.

Não passa de uma dança barata de cabaré.

Se adivinhasses meu pensameto!!!

Lá fora a chuva castiga os carros, os pés, cabelos.

Saio em disparada, derrapa os meus racionais pensamentos.

Morro, saio do corpo e etérea vago no estacionamento.

Onde estão minhas chaves? não existe o bolso, nem o reembolso.

Quero indenização, quero um corpo novo, o meu foi arrastado pela chuva, bóia inerte no rio do desespero.

Quero acordar desse pesadelo, desatar o nó e as correntes.

Chega de ranger os dentes.

Ninguém ouve meus apelos.

Voando Alto
Enviado por Voando Alto em 14/04/2007
Código do texto: T449150