Em dívida
Me dá o troco, e não recebe o pagamento.
Me cobra, mas não sabe quanto é.
Sinto o cheiro do dinheiro molhado, foi o momento.
Não passa de uma dança barata de cabaré.
Se adivinhasses meu pensameto!!!
Lá fora a chuva castiga os carros, os pés, cabelos.
Saio em disparada, derrapa os meus racionais pensamentos.
Morro, saio do corpo e etérea vago no estacionamento.
Onde estão minhas chaves? não existe o bolso, nem o reembolso.
Quero indenização, quero um corpo novo, o meu foi arrastado pela chuva, bóia inerte no rio do desespero.
Quero acordar desse pesadelo, desatar o nó e as correntes.
Chega de ranger os dentes.
Ninguém ouve meus apelos.