VIDA NO SERTÃO.

Na barra do morro que o sol escala,
esta demarcação que a sombra estipula,
e no pé do jequitibá que beira a vala,
um ninho de sabiá,de lá seu canto ecoa,
e na varzea águas roncam na taboa,
como é bela a vida no sertão,esse
cheiro de relva que envade-me,
esta brisa que penteia meus cabelos,
este céu que prepara a noite,estas
relvas que me estimulam,é uma conjunção
de magnítude e prazer,no curral muge
o gado,na cocheira o acre cheiro,do doce
da cana,e no terreiro de terra batida,
Ana e sua vasoura,pó que sobe ,buscam
as nuvens,e neste ambiente salutar,
vou curando minhas desilusões,
nada é fântasia,tudo é bem real,o café 
de rapadura,e a broa de fubá,o arroz e 
o pilão,os braços a mão de carne e a mão 
de pilão,no sobe e desce,os grãos expõe,
na horta vastos canteiros,a cuia e as águas
em chuva de prata,molhando visosas folhas,
gato miando no paiol de milho,cão ladrando
no matagal,carro de boi que marca as estradas,
canga , canzil cambão,ah como é bela a vida 
no sertão, Mariazinha moça formosa,com seu
rodado vestido de chita,o seu perfume,
o seus desejos,todos ocultos lá no seu peito,
fogão a lenha,feijão fervendo,brasas incandece,
e na chapa quente amendoim torrado,banana 
assada,e no giral linguiças penduradas,queijo
na tabua a escorrer o soro santo,que os porcos
engordam, tudo no campo,é mar de prazer,
que eu nadava e nem sentia ,hoje eu vejo
este prazer, o tempo vai manhoso,nesta 
preguiça chega o natal,a vó  Neném arma o
presépio,e a novena esta aberta ,reza o fiel
reza o ateu,não inporta natal chegou,lá no sertão,
a vida pulsa,o corpo vive,a alma cresce,o tempo
demora uma eternidade, pouca maldade no
coração do cabloco,ah eu queria,como queria,
mergulhar em meu passado,reviver esta realidade,
que hoje me vem acordar meu pensamento,
ah como é sublime a vida lá no sertão,
ah com é sublime,como é incontestavél.

 
Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 07/11/2013
Reeditado em 08/11/2013
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