Cantiga da terra !!

Cantem Belemenses radiantes,
em todos os quiosques e praças,
cantem tua terra-morena-brejeira,
estampada de cores e raças,
garota linda e faceira,
nossa terra-nativa de mangueiras.

Molejem, morenas, em todos os instantes;
exportem tuas danças folclóricas,
teus carimbós de alegria,
teus siriás de contentamento,
nos outeiros e dunas
pelas noites de algodoal;
cantem povoados o boi-bumbá,
festejem quadrilhas e vaquejadas,
marujos e marujadas na ilha de marajó

Cante caçula bucólica,
bronzeada mosqueiro, do chapéu ao farol ...
cantem vizinhos, nortistas pesqueiros,
Vigia e Outeiro;
cantem os ribeirinhos,
barcos e canoinhas;
cantem pescadores os teus rios e afluentes,
remem seus furos e igarapés
risquem seus leitos em noite prateada...

Cante Belém, minha linda terra-amada,
dance cantigas de roda,
cirandem frajolas mestiças
teus vestidos em festas e danças,
com risos e morenices,
trejeitos e fanfarrices;
aplaudam tuas orlas festivas em Icoaraci;
cantem ao sabor do tacacá no tucupi;
saúdem mil beijos nas docas e nos coretos.

Cantem mangueiras com o seu verdor,
vivam seus arcos, que adornam minha capital;
cupuaçus e bacuris, sintam o seu sabor ...
cantem e vejam... linda história de amor

Ver-o-peso é ver nossas raízes:
raízes, ervas, crendices,
conversas e caboclices;
Ver-o-peso é ver gente
nativa ou artista,
importante ou turista.

Cantem os caboclos,
miscigenados índios,
tupiniquins silvícolas,
cantem minha raça,
salvem nossa terra,
Soure, Salvaterra,
salvem nossas ilhas,
todas nossas filhas...

Cantem os manguezáis,
caranguejos e lamaçáis,
velejem avante em suas velas
Cante, São Caetano de Odivelas

Dancem as palmeiras nos vendaváis,
nas lindas praias de Ajuruteua
Valsejem os açaizáis e bacabáis,
nas chuvas vespertinas e matináis

Cantem amazônidas e nortistas com orgulho;
deixem o coração disparar
a nossa estrela morena-tão-linda,
Belém do meu Grão-Pará.