Meu rio dorme tranqüilo

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Já não estou medrosa

a tarde veio em meu refúgio trazendo

sob sua égide a dança cintilante das verdades

todas elas entrelaçadas

num emaranhado de mal entendidos

trouxe consigo seus lábios de amante

que me beijou terno ...amigo

Foram supremos os meus esforços

para diluir minhas mágoas

demover meu dedo em riste

acusando você dos erros que não cometeu

Ah! Doce dia que veio caudaloso

descendo, me ensinando orações

perdoando as dúvidas

Hoje, corre em mim numa languidez

que incentiva e me ensina a esquivar

dos fantasmas que bailaram

letárgicos ao meu redor

recheados de maldades

agora o meu rio dorme tranqüilo

Nada mais importa

pois na quietude do seu remanso

esqueço dos dissabores que alimentaram

sua ausência onde fiquei

achando que

a estrada cinzenta e fria

não teria volta

Confidencio agora somente aos meus devaneios

sugiro que até o silêncio não tumultue

minha tranqüilidade

nem quero lembrar de mendigar

horas a mais nos meus dias

Não será qualquer barulho

que me fará acordar

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 17/05/2007
Código do texto: T490987
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