ser tão só

os pingos da chuva na telha de zinco

a imaturidade do cheiro do mato

só há melodia no canto do galo

com a luz da varanda ainda acesa

a broa de milho e o café sobre a mesa

o choro do vento que ouço e me calo

o olhar do sertão nunca será ingrato

se o corte da lenha é feito com afinco

as tardes que fazem as vontades da lua

as noites que pedem a mesma oração

manhãs sertanejas da horta molhada

da cor do sertão está impregnada

aquela saudade incólume e nua

que borda os contornos de um coração

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 18/08/2014
Código do texto: T4927004
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