Pobre e Infeliz Poeta

Olhe no espelho e veja,

Essa boca que prometeu um dia me beijar,

Por incrível que pareça,

Hoje pelo mundo anda a me difamar.

Olhe a tristeza desta aparência,

Olhos que diziam sempre me cuidar,

Mas que talvez por pura inocência,

Hoje vivem a me julgar.

Veja esse teu abraço,

Que durante várias noites prometia sempre me confortar,

Mas infelizmente hoje os mesmos cruzados,

Parecem sempre me afastar.

Escute as batidas desse maldito coração,

Que um dia me jurou amar,

Mas acredito que talvez fosse apenas uma leve e curta paixão,

Que some ao acordar e se ver em meio à solidão.

Pobre e infeliz poeta,

Sobrevivente da sua incerteza,

Que não sabe a hora certa,

De interromper sua própria tristeza.

Que paga caro por amores não vividos,

Que sentes por não ter os encontrado,

Que sua vida ainda busca sentidos,

E que por esperança espera ainda ser amado.