No Nordeste é assim

O meu sertão nordestino, um grande e lindo pedaço do nosso Brasil.

Nas terras do meu sertão sem chuva, tudo seco pelo chão.

Nas terras do nosso sertão, pouca cultura nesse plano .

No chão desse sertão, quando um longo verão, muita aridez, quase nada verde naquelas terras.

Nas terras do sertão de todos ali faltam investimentos e iniciativas de quem não mora no chão;

Nas terras de qualquer sertão, com a estiagem tudo vira sequidão.

Nas terras deste sertão muitas coisas faltam no chão e pra todo cristão.

No sertão de Adriano Suassuna, muitas palmas verdes pelo chão, boa salvação.

Nas terras do Velho Chico, um leito de areia seca pelo chão, já não tem embarcação.

Vão ter que espremer o São Francisco para chegar água em todo o sertão.

Nos sertões de Virgulino, agora as quadrilhas agem sem a eficiente volante do Tenente João Bezerra que botou ordem em Angicos.

Nas terras do meu sertão sofredor tem gente humilde, mas de bom coração.

No sertão de Padre Cícero Romão o calor arde em todo chão do Cariri.

Com todo calorão o que não faltam no sertão são as romarias dos devotos com muita fé e oração.

Nas terras do semi-árido faltam vontades, sobram sofrimentos.

No nordeste brasileiro, seu sertão é seco, mas ainda brolha alento e muita esperança.

O então cangaço sertanejo não chega nem aos pés dos atuais traficantes.

No sertão de cabra-macho tem mulher rendeira sim senhor e bonita pra casar.

Nas terras deste querido sertão, tem fazenda sem produção.

Nas terras aqui no sertão, sem céu pedrado não chuve no chão.

Nas terrras do meu sertão, barro seco faz quase todo o chão.

Nas veredas do nordeste só levam para a sequidão.

Nas terras da seca-verde, muitos retirantes e grande desolação.

Nos dias do meu sertão, muita insolação e noites de inspiração.

Das praias às terras do sertão, se falta chuva tem a luz solar para energia gerar.

Se chove lá no sertão, tem casamento no verão.

Quando é seca no sertão a caatinga entra em hibernação.

Se chove ou faça sol tem xote e baião na festa de São João.

Se não tem hidroelétrica no sertão, a energia solar toma seu lugar.

Quando esquenta lá no sertão logo chegam as pombas de arribação, já quase em extinção.

Se à noite não chove no sertão tem luar de seresteiro pra filha do patrão conquistar com a proteção de Santo Antônio casamenteiro.

Se a asa branca canta por lá, no sertão tem aguação.

Se chove pelo sertão, na estrada tem muita atolação.

Mesmo que seja seco, com a irrigação milagre tem sido feito.

Se falta água por lá o capim seca, a forregem falta e a vaca vai pro brejo.

Se é seca no sertão tem êxodo rural, uma partida de cortar coração.

Antes da sequidão no sertão tem “profetas da chuva” em advinhação.

Se chega dinheiro pelo sertão, no caixa-rápido tem explosão.

Se não chove pelo sertão, tem viúva da migração.

Se é seca, carro-pipa abastece e o sertanejo agradece.

Como se diz lá no sertão, céu pedrado, chão molhado, mas não é bem assim não.

O sertão já virou mar, um oceano de turismo e industrialização, a maior salvação.

Se no sertão falta água no ribeirão, mas tem versos de Catulo da Paixão que cearense não é, maranhence de nascimento.

As auguras da terra e do chão são cantadas em prosa e verso pelo pernambucano Luiz Gonzaga, o nosso rei do baião.

Mulher beleza a terra tem em todo sertão e na Bahia sabe-se o que elas têm.

No Ceará tem disso sim, o Patativa do Assaré canta o sertão e declama o sertanejo, um grande poeta do nosso querido chão.

O nordeste está entre o calor e o sal do mar, um oceano com milhares de léguas marítimas à disposição para quem quiser explorar.

Foi nas plagas do sertão, com a vitória da batalha do Jenipapo, no Piauí, que se manteve a unidade do um grande Brasil e consolidada sua independência, mantendo o norte como um só Brasil dos brasileiros.

A brisa das suas praias embalam os aerogeradores da energia eólica, transferindo o calor para outras sesmarias, enquanto o vento sopra boas oportunidades.

O sertão nordestino já foi o BraZil Colônia, o Brasil Reinado e foi por lá que a Terra de Santa Cruz foi descoberta por Cabral quando na Bahia aportou num bom lugar, um porto seguro mesmo.

Foi por aqui que então disseram e escreveram “nesta terra em se plantando tudo dá”, na terra do pau brasil e do âmbar do mar.

Pelo nordeste cruza a linha do equador sobre a imensidão do atlântico cearense, dispersando muito calor com energia sem conta pagar.

O sertão do nordeste é Brasil sim senhor.

No sertão ainda tem a expressão “Oi de casa, oi de fora” se é forasteiro, do cavalo não pode se apeiar.

Mas no Nordeste não tem só o calor solar, sobretudo, o calor humano.

No sertão não é só chão, de leste a oeste, o Atlântico quebra à beira mar, em toda sua extensão, para quem banho quiser tomar.

O mar, uma fonte de riqueza inesgotável, por enquanto permanece quase inexplorado.

Do peixe ao sal, das algas à salgada água para dessalinizar.

Das estradas aquáticas às explorações petrolíferas, agora esperando o pré-sal trazendo sua refinaria no Ceará brotar.

Do mar tudo se aproveita e nele em tudo se trabalha, falta apenas incentivar.

Quando o governo quiser não faltará mais trabalho e nem riquezas, logo que a indústria venha se instalar nas águas do mar, pois os oceanos têm muita mais para se ver e fazer do que na imensidão do espaço sideral.

O por do sol à beira mar, uma preferência turística, tudo deixa divisas, desculpadas as espertezas.

O nordeste e o sertão somos todos nós, somos brasileiros, um só povo.

Mas o sertão não é um só chão, também tem seus oásis de produção, faça chuva ou faça sol tem irrigação.

Pelo sertão já não se planta só cana de açúcar, crescem parreirais e até as macieiras já se adaptaram ao novo chão, enquanto predomina o agronegócio.

Assim como diz o adágio popular, “aqui não se morre de queda de rede nem de barriga inchada”, mas sempre coloca água no feijão pois chegou mais um ou mais de um.

Até hoje ninguém contestou a quem afirmou que o “nordestino, antes de tudo é um forte”.

Vichi que Nordeste bão, arretado, uai, ô xente, Tchê Barbaridade de Nordeste.

Somos todos brasileiros mesmo.

Nordeste, o berço do Brasil, Terra de Santa Cruz.

Obrigado, bravo povo lusitano que então o Brasil colonizou.