À BEIRA DO RIO
...Vagavam águas tranquilas
E me chamavam para entrar.
Flertavam comigo, sempre, perto da ponte.
Confesso que por duas, ou três, vezes
Até pensei em dar atenção a elas.
Mas aí suas irmãs, as mais velhas, apareciam
descambando sobre as pedras.
Isso sempre assusta os que têm medo das águas.
Me reprimia e ia em direção
à ponte estaiada.
Nunca me arrependi dessa escolha até hoje.
Agora, depois de fazer esse trajeto
por tantos anos
vejo que não há mais ponte...nem águas tranquilas.
só restaram as pedras furadas,
para não desmentir o dito popular.
Ah, se eu pudesse voltar no tempo!
Diria sim para as águas da beira do rio.