Um passeio, uma foto, um poema.
Há passeios e passeios...
Uns ficam na lembrança
Pra sempre.
Vão e vêm como alento
A imagens generosas.
A manhã estava cheia de névoas
Próprias das grandes altitudes.
O verde era mais verde,
O céu, mais perto de nós.
A natureza nos acolhia
Com a suavidade dos brutos.
O silêncio se fazia ouvir.
Manso, nostálgico.
Ao longe,
O pio surdo da ave desgarrada
Sozinha na mata
Imensa.
Olhávamos as belezas
Do lugar ainda
Ausente de humanidade.
Ficamos ali
Ausentes também
Da vida costumeira
Como a registrar
Um momento inusitado,
Em estado natural.