Elegia a Leônidas

Deslizava suave nas águas límpidas de sua morada.

Solitário e soberano contornava a vegetação dançante.

Viera de longe, muito longe.

De outras águas de garoas intermitentes.

Resistiu bravamente à longa viagem

Observando a amplidão dos campos rasteiros.

Acostumou-se logo à nova vida

E tornou-se, inquestionável, o rei da casa.

Na verdade, não foi rei, nem general,

Nem lutou na Termópilas, à sombra, como seu amigo grego.

Mas seus volteios delicados, imperdíveis.

Sua cauda e seus mergulhos, arte pura!

Por quatro longos curtos meses seu fascínio

Manteve-nos reféns.

De súbito, na mais dourada manhã,

Deu seu mais artístico volteio...

De súbito, eternizou-se na nossa saudade!

Anna del Pueblo
Enviado por Anna del Pueblo em 11/04/2015
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