Elegia a Leônidas
Deslizava suave nas águas límpidas de sua morada.
Solitário e soberano contornava a vegetação dançante.
Viera de longe, muito longe.
De outras águas de garoas intermitentes.
Resistiu bravamente à longa viagem
Observando a amplidão dos campos rasteiros.
Acostumou-se logo à nova vida
E tornou-se, inquestionável, o rei da casa.
Na verdade, não foi rei, nem general,
Nem lutou na Termópilas, à sombra, como seu amigo grego.
Mas seus volteios delicados, imperdíveis.
Sua cauda e seus mergulhos, arte pura!
Por quatro longos curtos meses seu fascínio
Manteve-nos reféns.
De súbito, na mais dourada manhã,
Deu seu mais artístico volteio...
De súbito, eternizou-se na nossa saudade!