A rosa

Esta flor por Deus esculpida,

jaz num sepulcro frio escondida,

repousa suave na brisa do vento,

dorme calma e serena sob o relento,

como criança chora a dor da despedida.

Ainda numa tristeza atroz, incontrolável

vive uma dor sem fim, inconsolável,

olhando as estrelas, calada, saudosa.

E lembra de seu fim, mais cansada, medrosa...

Como se não entregue soubesse,

morreria pelos pés, haja o que houvesse,

por quem num pranto a colocou

no mais triste dos lugares,

no mais infeliz dos lares,

quando o inverno enfim chegou.

Não chores mais flor querida,

breve chegará o dia de tua partida,

sobre a mesa à luz de velas ficarás,

Em nossas lembranças sempre linda serás.

Enxugai novamente as suas lágrimas,

chega de melodramas com canções esporádicas.

Onde a maldade um dia te encobriu,

serás enaltecida como nunca se viu.

Alex Carvalho
Enviado por Alex Carvalho em 18/06/2007
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