TORMENTOS ALUCINÓGENOS
Tormentos me assolam, medos insanos;
Acordo novamente, nova noite e velhos medos;
Ouço coisas e vejo tantas outras;
Apenas tento esquecer, me levanto e acendo um cigarro;
E enquanto a fumaça se dispersa fico pensando;
Tentado entender o por quê daquilo tudo acontecer;
Mas não adianta, e aqui estão ao meu lado;
Zombando de minha inutilidade e fragilidade;
Uma vida estúpida... eles me dizem;
Junte-se ao prazer de não ter prazer;
Una-se a nós em nossas existências sem sentidos;
Use de alucinógenos, mate e morra ao mesmo tempo;
Deixe fluir e veja o que acontece, prostitua-se;
E busque sempre mais e a cada ida mais difícil, é o seu retorno;
Malditos fantasmas, moram em minha alma e dominam os meus atos;
Este tormento se torna maior a cada noite;
E sinto minha determinação ir dia após dia, segundo após segundo;
Não tenho mais pelo que lutar, esta vida a mim foi destinada;
Quero tentar mais uma vez, mas sei que é impossível;
Acendo outro cigarro e me preparo para enfrentar estes tormentos;
Desço as escadarias do inferno sem ter medo de nunca mais voltar;
E assim os fantasmas se vão, mas não tenho mais controle;
Começo somente a agir por instinto, como um animal, um animal urbano;
Vejo a cidade e todas as suas luzes, tenho que fazer o que deve ser feito;
Escolho a próxima vítima, e não me importo com nome ou quem ela é;
Sinto apenas estes tormentos que mais uma vez me impulsionam;
Mas não esta noite, quem sabe amanhã, ou talvez nunca mais;
Volto para o meu inferno e continuo a descer ;
Ao menos não trouxe ninguém junto;
E nem deixei que se tornasse mais um dos fantasmas que me assombram;
Apenas deixo minha alma escolher meu caminho;
E assim não terei mais nenhum tormento.