sertões internos

O verão que se refaz

O tempo do nunca mais

Aperto, parto, aborto

A terra calcinada

O fogo sideral

Aço, ferro, barro cru

Somados na terra

Abandonados nela

(ou será que não?)

Acaso não seriam herdeiros

De fardo pelos pais lhes escolhido?

Ou serão carregadores

Do pedaço de torrão

Que largamos no caminho

(então somos nós omissos!)

Pois que irmão é este

Que o fardo não divide

Que da quase morte não ressente?

Acaso acharemos nós

Após a vida lugar de descanso?

Ou por castigo um inferno

Arrancado deste inferno

Aonde azas esquecemos

Os meninos, os pequenos

Ignorando, senhor:

Sertão não traduz horror!

pois que pior e mais dura

é a alma pesarosa

é o peito sem amor

este, é sertão sem cura

é inferno interior.