A consciência

Corria por verdes campos, naquele continente longínquo,

o sol castigava a pele, o calor não parecia intenso,

a felicidade transparecia, porque a liberdade era imensa,

a pobreza podia ser notada comparando com o viver de hoje,

só que aquela pobreza não afetava os seres daquela terra tão quente,

qualquer ser que dispõe de sua liberdade a todo instante,

a infelicidade parece distanciar cada vez mais da mente,

então aquele povo daquela terra, eles tão fortes negros,

muitos deles foram aprisionados pelos brancos de outras terras,

escravos apenas por causa da cor, acorrentados, açoitados,

os homens, as mulheres apesar de lindas também eram acorrentadas,

os mais velhos ficaram chorando por causa de teus entes amados,

e da longínqua África em sofrimento aterrador eram trazidos para o Brasil,

os escravos que naqueles momentos sofriam tremendamente,

pelos açoites, pelas humilhações, pelas exaustões muitos morriam,

não imaginavam que os sofrimentos ainda iam estender eternamente,

pelas histórias que eu ouvia, alguns dos meus antepassados estavam ali,

nossa! Será que é por isso que tenho verdadeiro pavor pelas injustiças?

Apesar de tantas maldades, mas muitos faziam diferença pelas bondades,

vieram as leis, o negro precisava ser mais protegido,

até que veio a Lei Áurea, liberdade total, consciência geral

nosso Brasil já misturando, negros, brancos e índios, contrapondo opiniões,

agora o resultado: uma mistura excepcional, um povo que tem uma luz,

a espontaneidade, a alegria, o acolhimento contagia os puros visitantes,

assim a semente da maldade não germinou nesta terra de Santa Cruz.