Poesia amputada
Ser o que eu era, jamais serei.
O tempo não espera e desta verdade eu sei.
Se reclamar não ressucita o passado,
Posso suscitar o que me tem esperado.
As mazelas da vida terão lugar no esquecimento,
Se vivo outra realidade o presente não é fatalidade Para cada recordação uma lápide, falecimento.
Se viver de história é museu, tenho outra idade.
Cada fase tem seu peso e cada medida seu preço,
A paga de um lapso é um capítulo pra contar.
Se bom ou ruim fiz o que quis e sou o que mereço,
De resto o que fica são recordações pra guardar.
Neste espaço limitado podo minha inspiração,
Cada linha não cabe a metade desta dissertação.
Poesia precisa de céu, ou no mínimo, papel.
Como é chato ser sintético, no teclado do meu Cel.